Acho que esta tem sido a maior controvérsia nos últimos tempos... tem-se ouvido de tudo, desde argumentos dos ambientalistas e amigos dos animais em defesa das vacas, que sofrem na produção do leite que bebemos, até argumentos mais básicos e duvidosos do tipo "somos o único animal que bebe leite depois de crescer, ainda por cima de outro animal".
Mas o que se passa afinal com o consumo de leite, que durante tantos e tantos anos esteve presente na nossa alimentação como algo básico?
Descobri vários estudos mas a Harvard Public Health School reuniu todos e portanto vou permitir-me transmitir-vos aqui as suas conclusões...
O cálcio e a vitamina D, assim como fazer exercício físico, são necessários para combater a osteoporose. O leite e os lacticínios são fontes de cálcio convenientes para a maior parte das pessoas, mas as pessoas com risco coronário devem escolher os produtos magros. As quantidades diárias de leite não estão bem definidas, o recomendado é 2 a 3 copos por dia, mas os estudos feitos são a curto prazo, pelo que se pensa que pode ser uma recomendação superior ao realmente necessário. Hoje em dia não há provas de que consumir mais do que um copo por dia vá reduzir o risco de fracturas. A níveis moderados o consumo de lacticínios tem benefícios que vão para além dos ossos, incluindo possivelmente diminuir a hipertensão e o risco de cancro do colon. Por outro lado, pode ser que alto consumo de leite esteja relacionado com cancro de ovário e prósata. Em qualquer caso, segundo Harvard, são necessários mais estudos.
Quanto a alternativas ao leite como fonte de cálcio Harvard cita " dark green, leafy vegetables, such as kale and collard greens, as well as in dried beans and legumes.". Também se refere aos suplementos de cálcio, fazendo destaque para aqueles que são cálcio + vitamina D, já que os que são de apenas cálcio não demostraram diminuir as fracturas ósseas.
Referência: http://www.hsph.harvard.edu/nutritionsource/calcium-full-story/#calcium-from-milk
A minha conclusão: o leite, tal como qualquer outro alimento, deve ser tomado na sua justa medida, nem em excesso nem em defeito. Os malefícios em termos de cancro não estão bem demostrados, em qualquer caso, estão menos demostrados que o facto do tabaco causar cancro do pulmão... por isso se não bebem leite para evitar cancro, mas por outro lado fumam, não estão a evitar coisa nenhuma.
Os malefícios em termos de gordura... é só escolher os lacticínios magros, mas se não bebem leite e continuam a ter batatas fritas, continuam a ter risco coronário.
As pessoas que não bebem leite porque são intolerantes ou porque não toleram o maltrato animal, isso já são questões pessoais, que não se podem resolver (no caso dos intolerantes) ou debater (no caso da defesa animal).
Podem aumentar os legumes na vossa dieta para continuar a tomar o cálcio necessário ou podem beber um copo de leite por dia. Podem tornar-se vegetarianos e então não beber leite mas também não comer carne (não faz sentido não querer maltratar as vacas com o leite mas maltratá-las para um bife, pelo menos, na minha opinião).
Mas por favor, não vão na maré "o leite mata" sem saber bem o que argumentar depois. Espero que depois deste pequeno post e com o link que vos deixei de Harvard consigam afirmar o que é que não gostam ou gostam no leite.
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